Ilustração: revista glamour
A
IMPORTÂNCIA DE FALAR SOBRE INTERSECCIONALIDADE
Mesmo
que tenhamos nossas singularidades, somos plurais. Falar de interseccionalidade
na nossa sociedade é extremante importante para compreendermos os processos discriminatórios
na sociedade vigente. O que seria interseccionalidade? É uma ferramenta
analítica importante para compreendermos sobre as relações sociais de raça,
sexo e classe, e os desafios para a adoção de políticas públicas eficazes.
Segundo Crenshaw, interseccionalidade é uma conceituação do problema que busca
capturar as consequências estruturais e dinâmicas da interação entre dois ou
mais eixos da subordinação. A autora trata da forma pela qual o racismo, o
patriarcalismo, a opressão de classe e outros sistemas discriminatórios criam
desigualdades básicas que estruturam as posições relativas de mulheres, raças,
etnias e outras.
Nesse
lugar de fala temos a contribuição de Akotirene sobre o tema, para ela, a
interseccionalidade é esse instrumento normativo para que as mulheres negras
possam ser vistas e faladas a partir do seu próprio lugar de experiência
pós-colonial. O feminismo está presente nos debates na sociedade, e a
interseccionalidade vem ganhando espaço dentro do movimento, á exemplo do
feminismo negro. Todavia a luta feminista é uma luta plural, não apenas de gênero,
para não ficarmos apenas no lugar da mulher branca universal.
Nesse
sentido, percebemos que a ideia de interseccionalidade serve também como um aporte
de luta política, da inclusão dessas minorias, da afirmação dos Direitos
Humanos e em favor da justiça social. A partir disso, entende-se que a
interseccionalidade é um processo de descoberta que nos alerta para o fato de
que o mundo a nossa volta é complicado, contraditório e requer nossa atenção e
a interseccionalidade serve como um “aporte teórico metodológico para se pensar
múltiplas exclusões e como de fato construir estratégias para o enfrentamento
desse paradigma” (CRENSHAW, 2002).
Referência
Bibliográfica:
AKOTIRENE,
Carla. Interseccionalidade. São
Paulo: Sueli Carneiro/Ed. Jandaíra, 2020.
MORAES, Eunice Lea de; SILVA, Lucia Isabel Conceicão da. Feminismo negro e a interseccionalidade de gênero, raça e classe. In Cadernos de Estudos Sociais e Políticos, Rio de Janeiro, vol. 7, nº 13, p. 58-75, 2017.
Kimberle Crenshaw - A urgência da interseccionalidade. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=vQccQnBGxHU.
Bacharela em Serviço Social, Mestra e Doutoranda em Estudos Interdisciplinares sobre de Gênero, Mulheres e Feminismo pela Universidade Federal da Bahia.
Professora de
Direito da Universidade da Califórnia e da Universidade de Columbia, nos
Estados Unidos, e uma importante pesquisadora e ativista norte-americana nas
áreas dos direitos civis, da teoria legal afro-americana e do feminismo. É
também responsável pelo desenvolvimento teórico do conceito da interseção das
desigualdades de raça e de gênero.
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