"Seria uma atitude ingênua esperar que as classes dominantes desenvolvessem uma forma de educação que proporcionasse às classes dominadas perceber as injustiças sociais de maneira crítica".
(Paulo Freire)
Ensinar exige responsabilidade
para o diálogo
A partir da leitura da obra Pedagogia da
Autonomia, do educador pernambucano Paulo Freire, podemos observar algumas
considerações interessantes para a prática docente. O autor pontua que o
professor deve deixar em evidência aos alunos que o mesmo tem segurança. Como
exemplo, no tópico: Ensinar exige responsabilidade para o diálogo, Freire
(2002) coloca como professor não deve poupar oportunidade para testemunhar aos
alunos a segurança com que me comporto ao discutir um tema, ao analisar um
fato, ao expor minha posição em face de uma decisão governamental” (p.50).
Todavia isso não implica que o saber do docente seja inquestionável.
A segurança transmitida pelo professor
baseia-se na sua experiência, na troca de saberes com os alunos, bem como na
abertura de aprender aquilo que ele não conhece. Por isso a relevância de
admitir que ninguém sabe tudo, e com isso sempre há mais para aprender. O
professor segundo o autor, não precisa se envergonhar de não ter o conhecimento
a respeito de determinado assunto, o professor nesse contexto sempre será um
estudioso, um pesquisador, pois, assim o mesmo estará adquirindo essa segurança
e com isso terá mais disponibilidade para despertar a curiosidade em seus
alunos. Na mencionada obra, Paulo Freire apresenta um exemplo de um professor
que apesar de dar aula em uma determinada escola há muito tempo não conhecia
seu contexto social. Com efeito, ele deu conta de como sua presença em sala de
aula ao longo desse tempo era uma presença ausente daquela realidade e a partir
disso mudou sua postura em sala com seus alunos aproximando-se da realidade dos
mesmos.
Sendo assim, Freire pontua que o
professor deve está voltado para o contexto social, cultural, econômico e
geográfico que os alunos estão inseridos. Logo, o professor que tem uma
abertura para o mundo com respeito e curiosidade ele cria um espaço favorável
através do diálogo.
Referências:
FREIRE, P. Pedagogia do Oprimido. 25 ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2002.
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