Zugmunt
Bauman (1925-2017) foi um sociólogo polonês, um dos mais importantes pensadores do
século XX, devido às contribuições das suas obras. Utilizou o conceito de “Modernidade
Líquida” como forma de explicar como se processam as relações sociais na
atualidade.
Na
presente obra “Uma introdução ou bem-vindos à esquiva comunidade”, Bauman inicia
no seu livro o significado da palavra "Comunidade" como pontua o autor é um
termo bom, sugere uma coisa boa, estar/viver em uma comunidade soa bem. Para
Bauman, a comunidade é um lugar aconchegante, produz uma sensação boa, devido
os significados que a palavra carrega. Para ele, se a pessoa está fora da
comunidade, ela está em perigo, é preciso estar em alerta quando saímos. Todavia, comunidade é o arquétipo de mundo que não está infelizmente ao nosso alcance
no mais como enfatiza o autor, mas no qual gostaríamos de viver e esperamos
vir a possuir (p.09).
No
capítulo “A agonia de Tântalo”, o autor utiliza a mitologia grega bem como a
narrativa bíblica (Adão e Eva) para explicar que a concepção do paraíso está
ligada a inocência. No mito grego, Tântalo, filho de Zeus e Plutó aventurou
partilhar um conhecimento que de maneira alguma deveria ser alcançado pelos
mortais. Como punição, Tântalo foi mergulhado até o pescoço em um regato e
sobre uma árvore frutífera foi condenado a passar sede e fome desejando assim o
inalcançável. Na história de Adão e Eva, o castigo se deu por terem comido do
fruto do conhecimento, desobedeceram à ordem e como punição tinham que
trabalhar para comer. A característica da comunidade idealizada por Bauman é
que esta, é um conceito e que nós não conhecemos. É algo imaginário, um paraíso,
algo ideológico que nos remete a uma coisa boa.
A
Comunidade significa entendimento compartilhado do tipo “natural” e “tácito”.
Ela não pode sobreviver no momento e que o entendimento se torna autoconsciente
(p.17). Há uma tensão entre essa utopia da segurança com a ideia de liberdade,
no momento em que a vivência em comunidade significa a perda de liberdade. Para
Bauman essa questão é um dos dilemas para compreendermos a contemporaneidade.
Logo,
a promoção da segurança sempre requer o sacrifício da liberdade, enquanto esta
só pode ser aplicada á custa da segurança. As últimas palavras do autor no
capítulo são: “Ela também torna a vida em comum um conflito sem fim, pois a
segurança sacrificada em nome da liberdade tende a ser a segurança dos outros;
e a liberdade sacrificada em nome da segurança tende a ser a liberdade dos
outros”(p.24).
Referência bibliográfica:
BAUMAN,
Zygmunt. Comunidade: a busca por
segurança no mundo atual. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2003.
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